Neste artigo gostaria de convidar você, leitor, a fazer uma reflexão comigo e para tanto vamos raciocinar juntos.
Existe um ditado popular que diz assim: Errar é humano, mas persistir no erro é burrice. Quer dizer que quando persistimos em alguma situação que para alguém é um erro, somos desprovidos de inteligência. Então é como se nos convencessem de que as verdades são incontestáveis e da mesma maneira, o que é errado é errado e, portanto, também incontestável. E é ao som desse ditado que muitos de nós crescemos e, claro, aprendemos também que existem erros e erros, com pesos diferentes e aceitação diferente.
Estamos sempre em busca de aprovação, afinal, por um simples erro perdemos aquele precioso segundo e podemos ser eliminados de uma prova esportiva; pelo erro de uma questão podemos ser reprovados naquele tão sonhado concurso; podemos perder a nossa vaga em uma universidade e até podemos ser reprovados na escola e, de novo, cursar a mesma série pelo erro de uma questão numa única matéria. Pois é, perdemos tempo, não realizamos nosso sonho e ainda temos que explicar para o outro que, pois é, erramos e por isso fomos reprovados, não aprovados, não aceitos e eliminados.
Consequentemente aprendemos desde cedo que errar não é bom, não é bem visto, não é aceito e para justificar nosso erro buscamos alguns artifícios e o mais comum é a mentira.
Agora, pense com calma e enumere alguns motivos que alguma vez os levou a mentir… Como por exemplo: vergonha por ter errado, medo de magoar uma pessoa querida, medo de sofrer certas consequências, favorecer a sua aceitação para uma vaga de emprego, necessidade de ser aceito por um determinado grupo social, e tantos outros motivos nos levam, às vezes, a usar a mentira como recurso para mascarar ou esconder o nosso erro.
Mas as mentiras não param nas boas intenções, se é que podemos classificá-las dessa maneira. Muitas vezes, a verdade é colocada em dúvida e com esse outro olhar não fomos nós que erramos, mas sim estamos sendo vítimas da mentira alheia e portanto injustiçados. Mentimos para impor aquilo que queremos que os outros pensem ou façam. Não aceitamos outras verdades que não sejam as nossas verdades e vontades.
Então, começamos a sair das boas intenções, a fugir dos ditos bons motivos e iniciamos o perigoso terreno da manipulação, da enganação e da desqualificação do outro.
É muito mais seguro quando caminhamos por um terreno seguro, com fatos que embasam nossos pensamentos e quando encontramos pessoas que acreditam em fatos, mesmo que sejam mentirosos mas que se encaixam naquilo que acreditamos ou queremos acreditar, sentimo-nos mais seguros, pertencentes e aceitos por um determinado grupo. E é dessa maneira que certos vilões, de repente, se transformam em heróis, e vice-versa.
A inteligência artificial e seus robôs conhecem muito bem sobre o que estou falando e eles estão a serviço daqueles que querem que sejamos bombardeados com notícias e fatos que apesar de falsos, mentirosos, se apresentam como aquela verdade que você acredita e têm como única intenção prestar serviço para aqueles que intencionam fazer com que acreditemos, compartilhemos esses fatos e, com a consciência tranquila, porque de tanto ouvir essas inverdades, acreditamos que estamos a serviço e do lado daqueles que pensam como nós e só querem combater o erro e a mentira e, em oposição a isso, favorecer o bem e a verdade.
Abram os olhos, os robôs estão nos vigiando e nos convencendo de fatos mentirosos, mesmo quando a verdade está escancarada em nossa cara.
A melhor maneira de lidar com essa desinformação? Desconfie, duvide e pesquise, afinal não queremos ser aceitos pelo grupo de robôs, não é mesmo? E quanto ao erro, olhe por outro ângulo e entenda que se não erramos, não aprendemos, não inovamos e não nos arriscamos.
Márcia Pires Orion Zanetti, Pedagoga, Pós-graduada em Magistério do Ensino Superior, MBA em Gestão Estratégica de Serviços, Mestre em Psicologia da Educação, com experiência em docência, coordenação e direção de escolas de educação básica e em docência do ensino superior.
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Excelente artigo! Realmente, no convivemos com isso e não percebemos.